Cirurgia plástica: Mais informação, menos risco

Cada vez mais pessoas têm optado pela cirurgia plástica para corrigir ou melhorar algum aspecto em seu rosto ou no corpo. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são realizadas cerca de 629 mil cirurgias plásticas de médio e grande porte por ano no Brasil, sendo 73% intervenções estéticas e 27% reparadoras. Mais que preocupar-se com a estética, o paciente que decide fazer uma plástica deve levar em conta que se trata de uma cirurgia. E como tal, envolve riscos e precisa ser considerada com cautela.


Informar-se bem é o melhor recurso para uma cirurgia segura. Em primeiro lugar, é preciso checar se o médico escolhido é de fato um cirurgião plástico, especialidade que envolve cinco anos de formação além dos seis anos regulamentares de medicina. É importante também obter referências do cirurgião com outras pessoas. Caso a cirurgia seja realizada em uma clínica, é recomendável que ela esteja próxima a um hospital para que o atendimento seja rápido caso haja alguma intercorrência mais grave durante o procedimento.


Deve-se, ainda, avaliar o local onde será realizada a cirurgia. A maioria dos casos de surto de micobatérias – um microorganismo resistente que pode viver em cânulas mal esterilizadas usadas em lipoaspiração, por exemplo – e de erros que levaram ao óbito de pacientes aconteceu em clínicas e hospitais que não seguiam os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Conselho Federal de Medicina.


Ao subestimar os riscos, o médico pode colocar a vida do paciente em perigo. Uma cirurgia envolve a correta avaliação do paciente e de seu histórico médico para que os resultados sejam só benéficos – que é o que se espera, afinal, de um procedimento desse tipo. Todo médico deve alertar o paciente sobre a analgesia, a internação, a retirada de pontos, o eventual inchaço, as dores e o processo de cicatrização. O paciente, por sua vez, não pode tratar a cirurgia como se fosse um passeio de fim de semana. Omitir do médico o uso de remédios ou substâncias químicas, não informar sobre suas reais condições de saúde ou esconder outros fatores sobre os quais é questionado pode trazer complicações.


A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e o Conselho Federal de Medicina (CFM) permanecem vigilantes para regulamentar os procedimentos de segurança para as cirurgias. Desde 2003, por exemplo, existe uma Resolução do CFM para o tipo de cirurgia plástica mais feita no Brasil, a lipoaspiração. Entre outras coisas, ela limita o volume de gordura a ser retirado do paciente em 7% do peso.


Um grande risco que acomete pacientes que buscam a cirurgia plástica está muito longe da mesa de cirurgia: é o de acreditar em milagres. As pessoas que crêem em uma transformação radical por meio da cirurgia ou em uma mudança de vida por conta da intervenção precisam, antes, avaliar esse anseio. O médico deve ser honesto e realista e transformar em perspectiva real a expectativa do paciente. Afinal, a cirurgia plástica não é um fim, e sim um meio para a mudança de algum traço que pode ser melhorado.


O Brasil é o segundo país que mais opera no mundo, perde apenas para os Estados Unidos. Confira no vídeo abaixo, entrevista com o Dr. Pedro Vital, cirurgião plástico do Einstein, que fala sobre os principais mitos e verdades da cirurgia plástica.


Fonte: Hosp. Albert Einstein