Desde
o começo da civilização a humanidade tem obsessão em reverter o
envelhecimento. Essa missão quixotesca da “Fonte da Juventude” se
provou, até pouco tempo, infrutífera. Nós conseguimos encontrar formas
de mascarar os efeitos do envelhecimento. É só ver os quase 11 bilhões
gastos anualmente nos EUA em cirurgias plásticas. Mas estes
procedimentos não são capazes de agir nas causas do envelhecimento.
Para
conseguir isto temos que olhar para a base de nosso corpo: nossas
células. Mais especificamente para as pequenas tampas que ficam no fim
de cada fita de nosso DNA. Essas tampas são chamadas telômeros e um
número crescente de pesquisas tem demonstrado que elas podem conter a
chave para entender porque nossos corpos envelhecem e de como podemos
retardar ou até reverter este processo de envelhecimento celul.
Os
telômeros são partes dos nossos cromossomos que têm papel fundamental
em como nossas células agem. Pense neles como aqueles plásticos pequenos
que ficam no fim dos cadarços de seus sapatos. Quando estes plásticos
caem ou se desfazem, seus cadarços já dão sinais de desgaste e não
funcionam tão bem. Os telômeros funcionam de maneira parecida: protegem
as fitas do nosso DNA que produzem cromossomos e permitem que as células
funcionem e se reproduzam corretamente.
Cada
vez que as células se reproduzem os telômeros ficam mais curtos. Quando
eles ficam curtos de mais as células começam a morrer ou a ficar
senescentes. Esse encurtamento é a principal causa da ruína relacionada a
idade em nossas células. As que se reproduzem mais, como as da pele,
pulmões e partes do sistema imunológico, são mais afetadas pelo
encurtamento dos telômeros. Estilo de vida ruim, como alimentação pouco
nutritiva, estresse psicológico ou falta de exercícios também afetam o
tamanho dos telômeros.
Os
cientistas conhecem esta relação há décadas, mas nos últimos anos o
interesse pelos telômeros e seu papel no envelhecimento explodiram. Em
2009 um grupo de cientistas receberam o Prêmio Nobel de Psicologia e
Medicina pela descoberta de como a telomerase – uma enzima encontrada
nas células – afeta o tamanho dos telômeros. Pesquisas subseqüentes
mostraram que ao ativar esta telomerase talvez seja possível diminuir,
parar ou reverter o processo de encurtamento dos telômeros conforme nós
ficamos mais velhos.
Esta
descoberta tem impacto profundo no futuro de pesquisas e tecnologias
anti-envelhecimento. E se, ao invés de apenas mascarar os efeitos do
tempo por meios cosméticos, nós pudéssemos diminuir ou reverter as bases
do envelhecimento em níveis celulares? E se conseguirmos fazer nossas
células funcionarem como se fossem mais jovens?
Nós
podemos não ter encontrado a “Fonte da Juventude”, mas pela primeira
vez na história a ciência e a tecnologia podem estar abrindo portas para
uma solução.
Com
informações da site Wired. O autor do texto é Noel Thomas Patto, CEO da
T.A. Sciences, empresa que já está conduzindo pesquisas para criar
produtos capazes de alterar o encurtamento dos telômeros.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica